Concluir um curso superior era aspiração antiga da professora Carmem
Patricia Mattos dos Santos. Com 23 anos de magistério, 21 deles como
professora e diretora na Escola Estadual Abentulino Ramos, na zona rural de
Santo Antônio da Patrulha, no litoral norte do Rio Grande do Sul, ela é
agora aluna do curso de licenciatura em educação no campo oferecido pela
Universidade Aberta do Brasil (UAB), por meio da Universidade Federal de
Pelotas (UFPel).
“A experiência do curso a distância tem sido extremamente positiva;
exige estudo, empenho, organização e dedicação”, diz Carmem
Patrícia, inscrita no Polo Universitário Santo Antonio, que atende 64
municípios. Surpreendida com a qualidade e o ritmo intenso das atividades
propostas, ela considera a participação no curso a oportunidade de
qualificar o trabalho pedagógico e dar significado a um projeto
educacional identificado com a comunidade.
Segundo a professora, o conhecimento adquirido com a licenciatura em
educação no campo efetivamente contribuirá para o fortalecimento de uma
postura autêntica e positiva na promoção de uma educação voltada para
a diversidade social, econômica e cultural. “Daqui a alguns anos,
pretendo estar em plena atividade, trabalhando muito em uma escola que
ajude a construir autonomia, cidadania e autoestima nos alunos e na
comunidade”, salienta. Carmem Patrícia já aplica os novos conhecimentos
na Escola Abentulino Ramos, de ensino fundamental.
Com 1.285 alunos, o Polo Universitário Santo Antonio atende 64 municípios
e participa de mais de 20 cursos da UAB oferecidos pelas universidades
federais do Rio Grande do Sul (UFRGS), do Rio Grande (Furg) e de Santa
Maria (UFSM), além da UFPel. Há cursos de licenciatura, bacharelado,
especialização, aperfeiçoamento e de tecnólogo. Quando o polo entrou em
funcionamento, em 2007, eram oferecidos seis cursos.
Procura — “Os cursos mais procurados são os de licenciatura em
pedagogia e em educação no campo; ou seja, a formação de professores
para os anos iniciais do ensino fundamental”, explica a coordenadora do
polo, Dilce Gil Vicente, que está no magistério há 32 anos. As aulas
são programadas para módulos de dois meses. Nesse período, os estudantes
participam de dois a três encontros presenciais por disciplina. “Os
encontros presenciais são momentos indispensáveis, pois estamos
construindo uma educação a distância e não distante dos estudantes”,
enfatiza a coordenadora, que tem licenciatura plena em biologia e cursos de
especialização em gestão educacional e em informática na educação. Os
encontros são realizados, geralmente, nas noites de sexta-feira ou aos
sábados e domingos durante o dia.
Intercâmbio — O Polo Santo Antônio criou um programa de intercâmbio
entre o Brasil e a França que representa, de acordo com Dilce, uma
inovação na área da educação a distância. Em 2010, José Samuel da
Silva Santos, aluno do curso de tecnólogo em planejamento e gestão rural,
passou um mês no país europeu, onde participou de atividades em áreas
rurais. Este ano, além de receber um agricultor francês, o polo abriu
inscrições para estudantes interessados na nova edição do intercâmbio,
em setembro próximo. (Fátima Schenini)
Saiba mais no Jornal do Professor
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/jornal.html
Palavras-chave: educação no campo, educação a distância, licenciatura
Fonte:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16597
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